segunda-feira, 17 de março de 2008

Amígdalas

Amígdalas. Sim, com G.
É assim que minha família toda fala. Eu acho que é um problema de fala congênito dos Ganzos (ou seriam Gonzos?). A família tem uma certa implicância com as palavras. São raras aquelas faladas corretamente: nádegas viraram nadégas, amídalas, amígdalas, etc. Mas não é sobre isso que eu ia falar. Ia falar sobre o saco que é tê-las. Em especial as duas. Se fosse só uma, até vai. Mas, duas? Só pra encher? Que desgraça. As minhas, por exemplo, doem agora. Tão fechando, fechando a minha traquéia que só um filetezinho de ar passa. (E lá vem o pai dizendo: Vai fazer gargarejo com água e sal. Ele acha que médico sabe de tudo.)

E elas estão inchando. Tomando conta de mim. E, quando eu me dei conta, já era uma delas. O que que as pessoas vão pensar?
Pelo menos eu tenho um G pra me salvar. Não sou uma simples amídala. Sou A Amígdala. (Com G. Isso, com G. Anota aí. O G se pronuncia. Não, não é erro de digitação. É com G mesmo.)

Como será a aparência de um amídala? Ela sempre ficaram escondidinhas, lá no fundo da garganta, sendo as vezes cutucadas pela língua. Será que elas tem cara de saco de pancada? Será que eu tenho cara de saco de pancada?

Acho melhor eu ficar aqui por casa. Não quero correr o risco de sair na rua e ser apontada pelo ranhento: Olha, mãe! É que nem a minha, lá no potinho de vrido (outra palavra Ganza). Será que ela quer voltar pra mim?

Eu não quero voltar pra ninguém, nem servir de saco de porradas pra língua nenhuma. Só quero fazer meu gargarejo de água quente com sal e desinchar, desinchar...

2 comentários:

Samir Oliveira disse...

Não sei como uma amídala se parece. Extraí as minhas quando tinha 9 anos e não quis vê-las, muito menos guardar num potinho!

Boa sorte com a desinchação :P

Luana Duarte Fuentefria disse...

Ah! Nasceu o filho! Nem tinha visto! Espero que consiga levar adiante. Dá um trabalhinho, mas vale à pena.

Quanto às amíGdalas, acho que nem as tenho, já que nunca as senti. hehe
Quanto às famílias, a minha também não é lá muito normal. Meus pais criativos sempre criam termos novos e quase incompreensíveis.