quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Stand by.

(em tom de desabafo)

Me mantive por muito tempo em espera. Em stand by. Com a luzinha vermelha piscando. Sem a menor vontade de movimentação. Física e mental.

Aí me veio aquele velho e conhecido estalo. De que era preciso fazer alguma coisa ou não ia dar certo. Já vinha passando por um momento muito complicado. Nunca achei que pudesse me estressar. Pra mim, isso é coisa ou de gente chique ou de frequentador de terapeuta ou de workaholic.
Ou seja, não o meu caso.

Precisava me mexer. Sacodir o tapete para conseguir colocar a casa em ordem.

Comecei cortando cabelo. Puxei de um lado para o outro na pia do banheiro e picotei. Picotei afu. Cortei de cima pra baixo, de um lado para o outro, sorrindo ao ver cada melena cair com gosto na toalha estendida no balcão de mármore. Me olhei no espelho. Ainda era eu, vou ser sempre eu, mas com um ar mais leve.

Voltei para a musculação. Precisava recuperar meu ânimo, meu fôlego, meu corpo. Precisava redescobrir certos músculos que tinha esquecido que existiam. Precisava me sentir bem. Não importava o que os outros diziam. Queria me olhar e me reconhecer.

Deixei de me importar tanto. Cansei de me incomodar e me estressar com o trabalho, as aulas e as pessoas.

Passei a festejar mais as coisas. Coisas. O chão, o vento, o sol, a flor, a cama. Coisas mesmo. Tentar me focar no meu amor não só por quens, mas também por quês. Tentei ouvir a minha tia, que tanto festeja tudo.

Comecei também a levar mais em conta o meu amor pelas pessoas. Amigos, namorado, família, desconhecidos. Nunca fui muito emotiva, sentimental ou amorosa. Como já disse anteriormente, não consigo abraçar com os dois braços. Mas venho tentando transmitir meus sentimentos.

Já consigo me sentir melhor. Seja pelo cabelo novo, pelo biceps que teima em reaparecer ou por aqueles a quem consegui demostramar.

5 comentários:

Rodrigo Ramos disse...

Deixar o coração atuar um pouco mais não faz mal. Eu sou um emotivo convicto e justamente por isso fiquei externamente gélido com o tempo. Sempre vai ter alguém para te decepcionar, eis a merda.

Mas c'est la vie, monami.

Lorenzo Ganzo disse...

E tenho gostado cada vez mais dos teus carinhos.

Muitos beijos, querida.
Te amo muito!

Carol. SM. disse...

E eu te amo, Belita!
é desonesto nao se entregar a vida. ela que nos destrua. a gente pede mais!

Cinthya Verri disse...

Que linda
três vivas ao desfrutar
(viva!viva!viva!)

Chi disse...

Me inspira a comprar uma camêra e sair fotografando o mundo afora.