quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ela.

Tenho tentado me convencer de certas coisas.
Por exemplo?
De que há a remota possibilidade
De eu ser mulher.
(Não. A sexualidade não está em questão.)

Ela sempre foi cheirosa
Ela sempre teve cabelos bem tratados
Ela sempre usou batom
Ela sempre foi séria
Ela sempre usou salto
Ela sempre sorriu delicadamente
Ela sempre vestiu roupas justas e alegres
Ela sempre falou de coisas interessantes
Ela sempre exalou charme
Ela sempre caminhou flutuando
Ela sempre usou brincos, colares e pulseiras
Ela sempre teve gestos leves
Ela sempre atraiu atenções
Ela sempre foi comedida
Ela sempre foi ela.

Mas, agora...
Já não sei mais.
Não sei se eu,
mesmo sendo o oposto,
o contrário, o reflexo,
não posso ser ela.

4 comentários:

Gabriela Casartelli disse...

Pode sim, escondidinha! E cheia de orgulho.

Rodrigo Ramos disse...

Ela sempre tomou ceva na confraria do Tutti!

PS: O resto pouco importa.

Samir Oliveira disse...

bela obra! quase dadaísta, o cojunto de Ela Sempre seguindo um embaixo do outro embaralha os olhos e mergulha o leitor num mar de elas sempres =P

denis marques disse...

Para meu gosto, tu escreves de menos. Estou sempre abstinente de teus escritos, querendo mais, desejando o próximo. És responsável pela falta de Bebela no meu sangue.